O Júri do Prémio Leya reuniu nos dias 13 e 14 de Dezembro, em Alfragide,
para deliberar sobre a atribuição do Prémio, a que concorreram este ano mais de
270 originais, apresentados por autores residentes em Angola, Brasil, Canadá,
França, Inglaterra, Moçambique e Portugal.
O Júri decidiu, por maioria, atribuir o Prémio Leya
2012 ao romance Debaixo de Algum Céu, da autoria de Nuno Camarneiro. O
anúncio foi feito hoje, em conferência de imprensa na sede da LeYa, em
Alfragide, pelo Presidente do Júri, Manuel Alegre.
O Júri apreciou no romance Debaixo de Algum Céu
a qualidade literária com que, delimitando intensivamente a figura fulcral do
"romance de espaço" e do "romance urbano", faz de um prédio
de apartamentos à beira-mar o tecido conjuntivo da vida quotidiana de várias
personagens - saídas da gente comum da nossa actualidade, mas também por isso
carregadas de potencial significativo.
Retrato de uma microsociedade unida pelo espaço em que
vivem os personagens, o romance organiza-se a partir de um conjunto de vozes
que dão conta de vidas e destinos que o acaso cruzou num período de tempo
delimitado entre um Natal e um Fim do Ano. Ouvimos vozes, poemas, ladainhas,
canções, que transportam memórias e sentimentos e pontuam os encontros,
desencontros e tragédias que de que os moradores só se apercebem quando saem à
luz do dia. A escrita é precisa e flui sem ceder à facilidade, mas reflectindo
a consciência de um jogo entre o desejo de chegar ao seu destinatário, o
leitor, e um recurso mínimo a artifícios retóricos em que só uma sensibilidade
poética eleva e salva a banalidade e os limites do quotidiano.
O júri destacou nesta obra o domínio e a segurança da
escrita, a coerência com que é seguido o projecto, a força no desenho dos
personagens e destaca a humanidade subjacente ao que poderá ser lido como uma
alegoria do mundo contemporâneo.
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