O livro Novas Crónicas da Boca do Inferno
valeu autor-actor o Grande Prémio da Crónica atribuído pela Associação
Portuguesa de Escritores em parceria com a Câmara Municipal de Sintra.
O prémio, no valor de
cinco mil euros, foi atribuído “por unanimidade” por um júri constituído pelos
escritores Alice Vieira e Manuel Jorge Marmelo e pelo professor da Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa Manuel Frias Martins.
Os jurados viram em Novas Crónicas da Boca do
Inferno “um conjunto de crónicas que revela um notável tratamento da
língua portuguesa, o qual, associado a um humor inteligente e mordacidade
crítica, assegura a qualidade e perenidade dos respectivos textos”, diz a acta
justificativa do prémio.
O livro de Ricardo Araújo Pereira foi publicado,
em Novembro de 2009, pela Tinta da China, e reúne crónicas semanais publicadas
pelo autor-actor na revista Visão, entre 2007 e 2009 – o prémio da APE
dizia respeito as obras lançadas em 2009 e 2010. Uma primeira edição de
crónicas do autor, com o título Boca do Inferno, tinha já
sido publicada pela mesma editora em 2007. Também na Tinta da China, o
comediante editou uma selecção de guiões do seu programa radiofónico Mixórdia
de Temáticas.
Ao Grande Prémio da Crónica da APE/CMS
concorreram vinte e um títulos, tendo o júri seleccionado quatro que entraram
na disputa final. Foram eles, para além do de Ricardo Araújo Pereira, As
Vidas dos Outros, de Pedro Mexia, O Fiasco do Milénio, de Rui
Tavares, e Sermões Impossíveis, de Fernanda Câncio, todos eles também
com a chancela da Tinta da China.
O prémio vai ser entregue ao vencedor “em sessão
pública a realizar oportunamente”, diz o comunicado da APE, que lembra terem já
sido distinguidos, neste género, os escritores Maria Judite de Carvalho, Ilse
Losa, Manuel Poppe, Álvaro Guerra, Mário Cláudio, Baptista-Bastos e José
Cutileiro.
Ricardo Araújo Pereira (n. Lisboa, 1974) é
principalmente conhecido como comediante. Mas - lembra a biografia apresentada
pela agência Lusa - começou por ser jornalista, tendo iniciado a carreira
no JL - Jornal de Letras, Artes & Ideias. Passou também, como
colunista, pelo Expresso e Diário de Notícias, antes da
revista Visão.
Entrou, depois, para as Produções Fictícias, como
argumentista, tendo sido co-autor de vários programas de televisão e rádio,
nomeadamente os apresentados pelo humorista Herman José (RTP e SIC).
Em 2003, Ricardo Araújo Pereira começa também a
enfrentar as câmaras de televisão no programa Levanta-te e ri (SIC),
altura em que se associou a José Diogo Quintela, Tiago Dores e Miguel Góis.
Nasce aqui o colectivo Gato Fedorento, que virá a participar em várias séries
da SIC Radical e, mais tarde, na RTP.
Actualmente Ricardo Araújo Pereira escreve em
vários jornais e revistas, participa em programas semanais de rádio,
designadamente na TSF, e no Governo Sombra, da TVI, com Pedro Mexia e
João Miguel Tavares.
Fonte: www.publico.pt
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