A obra 'Clementina’, de Lara Dopazo Ruibal, venceu a primeira edição do prémio literário Nortear, uma iniciativa promovida pela Consellería de Cultura, Educación Y Ordenación Universitaria (Espanha), a Direção Regional de Cultura do Norte e o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza-Norte de Portugal, com o principal objetivo de incentivar a criatividade dos jovens escritores do Norte de Portugal e da Galiza.
À primeira edição deste Prémio Literário foram apresentados 60 trabalhos a concurso, de jovens residentes na Euroregião Norte de Portugal - Galiza, com idades compreendidas entre os 16 e os 36 anos.
O Júri do Prémio Literário Nortear para Jovens Escritores foi composto por valter hugo mãe, escritor, Carlos Lopes, diretor da editora “edita-me”, Ledicia Costas, escritora, e Carlos Arias, escritor, incluindo ainda um representante do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza-Norte de Portugal.
Para a distinção da obra ‘Clementina’, o Júri destacou a “beleza da história, através do uso marcadamente literário e pessoal da linguagem, do domínio seguro e original da técnica narrativa e do ritmo da obra, acompanhado de dimensão lírica”.
Para além do prémio Nortear, no valor de 2.000 euros, o Júri também decidiu conceder uma menção honrosa, pela sua qualidade, à obra ‘Coração cheio de nada', da autoria de João Maria Cardoso.
A cerimónia de entrega dos prémios vai decorrer brevemente, em data e local a anunciar.
Eu Sou DeusPedro Chagas Freitas Desconcertante, Pedro Chagas Freitas ensina-o, no seu estilo irreverente e único, a olhar para o mundo de um ângulo completamente diferente. Um ângulo que elimina, sem misericórdia, conceitos e percepções que você julgava intocáveis. "Eu Sou Deus" não é sobre fazer as coisas direitas - mas sim sobre ir ao encontro do seu direito. O direito a respirar, o direito a pensar, o direito a ser. O direito a viver. "Eu Sou Deus" não é sobre aquilo que você não pode fazer - mas sim sobre aquilo que você pode, e deve, fazer. Você pode sentir medo, pode sentir inveja. Você pode sentir aquilo que o mundo insiste em dizer-lhe para não sentir. Você pode ser o seu mundo. Por isso: porque não mudar o mundo? "Eu Sou Deus" não é um livro de auto-ajuda. Mas se você o ler pode auto-ajudar-se. Tenha cuidado.
Já são conhecidas as obras finalistas do Prémio Literário Casino da Póvoa, atribuído no âmbito do 17º Correntes d’Escritas, que vai decorrer, de 23 a 27 de fevereiro.
O Júri, constituído por Carlos Vaz Marques, Helena Vasconcelos, Isabel Pires de Lima, João Rios e José Manuel Fajardo, selecionou 13 finalistas de uma lista de 170 obras a concurso:
A Casa Azul, Cláudia Clemente, Planeta
A Desumanização, de Valter Hugo Mãe, Porto Editora
A Liberdade de Pátio, de Mário de Carvalho, Porto Editora
A Rainha Ginga, de José Eduardo Agualusa, Quetzal
As Leis da Fronteira, de Javier Cercas, Assírio & Alvim
Barba Ensopada De Sangue, de Daniel Galera, Quetzal
Cláudio e Constantino, de Luísa Costa Gomes, Dom Quixote
Da Família, de Valério Romão, Abysmo
Gente Melancolicamente Louca, de Teresa Veiga, Tinta da China
Hereges, de Leonardo Padura, Porto Editora
O Sonho Português, de Paulo Castilho, Dom Quixote
Os Memoráveis, de Lídia Jorge, Dom Quixote
Tudo são Histórias de Amor, de Dulce Maria Cardoso, Tinta da China
O anúncio oficial do vencedor deste e dos outros Prémios será feito na Cerimónia de Abertura do Encontro de Escritores de Expressão Ibérica, no Casino da Póvoa. O Prémio, no valor de 20 mil euros, será entregue na Sessão de Encerramento.
Mas, o certame inclui, ainda, outros prémios literários. Até 5 de fevereiro, professores e alunos do 4.º ano de escolaridade do Ensino Básico ainda poderão concorrer ao Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d' Escritas Porto Editora que, este ano, conta com novo apoio, desta feita, do Diário de Notícias que fará a sua divulgação e fará parte do Júri. Este concurso irá distinguir um conto inédito, em língua portuguesa, escrito e ilustrado por alunos do 4.º ano, num trabalho coletivo supervisionado pelo respetivo professor. Conheça os requisitos para a candidatura e a forma de enviar o conto no Regulamento disponível.
Para além deste, o Encontro irá atribuir o Prémio Literário Correntes d’Escritas Papelaria Locus ao melhor conto escrito por jovens e o Prémio Fundação Dr. Luís Rainha ao melhor romance, contos ou poesia sobre a Póvoa de Varzim. Ambos no valor de 1000 euros.
Acompanhe todas as novidades do 17º Correntes d’Escritas, aqui.
A vila de Óbidos realiza este ano de 15 a 26 de Outubro a primeira edição do Festival Internacional de Literatura – Fólio. Este festival terá como fio condutor a literatura nos países de expressão portuguesa.
Música para Água Ardente (1983) é Bukowski puro e duro, sem complacências. Uma trintena de breves histórias, consistentemente mordazes, hilariantes e grotescas, nas quais reencontramos amiúde o infame alter ego Chinaski e a galeria de suspeitos do costume nos contos etílicos do autor: vidas encalhadas, inebriadas por frustrações incuráveis, homens em busca de redenção por tuta-e-meia e que apostam uma e outra vez em cavalos errados.
Relatos que destilam álcool e humanidade, os contos aqui reunidos são tónicos para a veia sórdida e obscura de todos nós e flashes da natureza solitária do homem, captados nitidamente por este destrutivo mensageiro pós-beat. Numa ronda aos tropeções por maus bairros, Bukowski, fiel a si mesmo, prossegue a crónica dos espoliados da sociedade americana, desta vez ao som da água quente que escorre dos radiadores nos míseros motéis de Los Angeles.
O público brasileiro acostumou-se a ver Fernanda Torres no cinema, no teatro ou na televisão. Em filmes premiados, novelas ou séries globais, ela se firmou como uma das mais versáteis atrizes brasileiras, capaz de atuar num arco dramático que vai da comédia escrachada ao denso drama psicológico.
Em anos recentes, Fernanda começou a atuar na imprensa, em colunas no jornalFolha de S.Paulo, na Veja Rio e em colaborações para a revista piauí. Com Fim, seu primeiro romance, ela consolida sua transição para o universo das letras e mostra que nesse âmbito é uma artista tão completa quanto no palco ou diante das câmeras.
O livro focaliza a história de um grupo de cinco amigos cariocas. Eles rememoram as passagens marcantes de suas vidas: festas, casamentos, separações, manias, inibições, arrependimentos.
Álvaro vive sozinho, passa o tempo de médico em médico e não suporta a ex-mulher. Sílvio é um junkie que não larga os excessos de droga e sexo nem na velhice. Ribeiro é um rato de praia atlético que ganhou sobrevida sexual com o Viagra. Neto é o careta da turma, marido fiel até os últimos dias. E Ciro, o Don Juan invejado por todos - mas o primeiro a morrer, abatido por um câncer.
São figuras muito diferentes, mas que partilham não apenas o fato de estar no extremo da vida, como também a limitação de horizontes. Sucesso na carreira, realização pessoal e serenidade estão fora de questão - ninguém parece ser capaz de colher, no fim das contas, mais do que um inventário de frustrações.
Ao redor deles pairam mulheres neuróticas, amargas, sedutoras, desencanadas, descartadas, conformadas. Paira também um padre em crise com a própria vocação e um séquito de tipos cariocas frutos da arguta capacidade de observação da autora.
Há graça, sexo, sol e praia nas páginas de Fim. Mas elas também são cheias de resignação e cobertas por uma tinta de melancolia.
Humor sem superficialidade, lirismo sem cafonice, complexidade sem afetação, densidade sem chatice: de que mais precisa um romance para dizer a que veio?
Preciso de um Deus com rosto. Cansei-me desta solidão onde as lágrimas são breves e trespassáveis. Preciso das inclinações. [dos ângulos perfeitos que não tenho] que me sustenham a dor, que ma retenham no sopé de todas as perguntas. Qual magma de um desespero a precisar de soluções. Preciso de gestos, não de orações. Preciso que me decomponham o sofrimento com os dedos. [Com os dedos que não tenho]. Preciso de um Deus com mãos. Cansei-me destas lágrimas onde estar só é um caos de imprecisões. In "Relevos", de Virgínia do Carmo
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu numa família luterana em 15 de outubro de 1844, filho de Karl Ludwig, seus dois avós eram pastores protestantes; o próprio Nietzsche pensou em seguir a carreira de pastor. Entretanto, Nietzsche rejeita a “fé” (religião/crença religiosa) durante sua adolescência, e os seus estudos de filosofia afastam-no da carreira teológica. Iniciou seus estudos no semestre de Inverno de 1864-1865 na Universidade de Bonn em Filologia clássica e Teologia evangélica. Em Bonn, participou da Burschenschaft Frankonia, a qual acabou abandonando em razão de atrapalhar seus estudos. Por diferentes motivos transfere-se depois para Universidade de Leipzig, mas isso se deve, acima de tudo, à transferência do Prof. Friedrich Wilhelm Ritschl (figura paterna para Nietzsche) para essa Universidade. Durante os seus estudos na universidade de Leipzig, a leitura de Schopenhauer (O Mundo como Vontade e Representação, 1820) vai constituir as premissas da sua vocação filosófica. Aluno brilhante, dotado de sólida formação clássica, Nietzsche é nomeado aos 24 anos professor de Filologia na universidade de Basileia. Adota então a nacionalidade suíça. Desenvolve durante dez anos a sua acuidade filosófica no contacto com o pensamento grego antigo – com predileção para os Pré-socráticos, em especial para Heráclito e Empédocles. Durante os seus anos de ensino, torna-se amigo de Jacob Burckhardt e Richard Wagner. Em 1870, compromete-se como voluntário (médico[2]) na guerra franco-prussiana. A experiência da violência e o sofrimento chocam-no profundamente. (Wikipédia)
Certifique-se antes que as obras não se encontram disponíveis na sua livraria ou alfarrabista de costume. Dê preferência ao comércio tradicional da sua cidade. Não faça download ou cópias de obras não autorizadas.
A Feira do Livro do Porto, que pela primeira vez em mais de 80 anos é
organizada diretamente pela autarquia, conta este ano com mais de 100 pavilhões
de exposição e um forte programa cultura e de animação, sob o tema
"Liberdade e Futuro".
Serão dez as mesas de debate que irão decorrer ao longo do certame, abordando temas como a nova literatura portuguesa, os livros proibidos, a literatura em censura e o futuro da literatura, entre outros. Um programa muito vasto, para todos os gostos, onde os temas serão aprofundados e discutidos por ícones da literatura portuguesa.
Além da venda de livros, assegurada por dezenas das
habituais editoras e distribuidoras e, agora, também, por muitos livreiros e
alfarrabistas, a Feira do Livro do Porto de 2014 contará com exposições, um
festival de "Spoken Word" , performances musicais, um ciclo de cinema
e muita animação, o que a transformam num dos maiores festivais literários
jamais realizados em Portugal.
Gonçalo
M. Tavares, José Pacheco Pereira, Pedro Mexia, Rita Ferro, Richard Zenith,
Helena Vasconcelos, Lídia Jorge, Gonçalo Cadilhe e Mário Cláudio são apenas
alguns dos nomes já confirmados para o ciclo de debates que fará parte da programação
da Feira do Livro do Porto, que este ano decorrerá nos Jardins do Palácio de
Cristal, de 5 a 21 de setembro.
"Repudiando
a violência" como sempre fez na sua obra, Saramago escreveu nos últimos
meses de vidaAlabardas,
alabardas, Espingardas, espingardas, escreve Pilar del Río no editorial da
revistaBlimunda. Essa
obra que o escritor não chegou a terminar vai ser publicada pela Porto Editora
em Outubro, anunciou a presidente da Fundação José Saramago na revista desta
instituição.
O número 26 da revista Blimunda,que pode ser descarregado na internet gratuitamente,
abre com o editorialContra a
Guerraem que Pilar del Río,
mulher de José Saramago, explica que o inédito do autor português vai
ser publicado simultaneamente em português, espanhol, catalão e italiano.
"É um trabalho conjunto das várias editoras de Saramago na Europa e na
América do Sul", disse Ricardo Viel, da Fundação José Saramago ao PÚBLICO.
Cada uma destas edições terá, portanto, qualquer coisa de diferente e a edição
da Porto Editora não será por isso igual às obras do Nobel da Literatura
1998 que esta editora publicou em Maio.
Apesar desta obra estar incompleta, José Saramago tinha a
obra estruturada – “há umas notas com o argumento”, diz Ricardo Viel. “O pouco
que temos é o núcleo, é algo de muito concreto”, conta, acrescentando que
Saramago tinha até a última frase do livro. “São poucos capítulos, mas o tema
fica claro, o texto tem unidade”, acrescenta Pilar del Río.
Não há mais nada escrito por Saramago – para além da
correspondência pessoal – que ainda não tenha sido publicado. Este é, por
isso o seu derradeiro romance. “Talvez conduzido pela urgência de não morrer
sem dizer tudo, pôs-se a escrever, quando faltavam uns meses para a sua morte”,
conta Pilar del Río na revistaBlimunda.
Para a tradutora, é um livro que, comoCaímrepudia “a violência que se
exerce sobre pessoas e sociedades que não nasceram para ser vítimas mas sim
donas das suas vidas”, escreve.
Neste livro a reflexão é especificamente sobre a guerra,
como deixa perceber o título emprestado de versos de Auto de Exortação
à Guerra, de Gil Vicente – “Alabardas, alabardas/ Espingardas,
espingardas/ Nam queirais ser genoeses/ Senam muito portugueses/ e morar em
casas pardas”. “No fundo, a reflexão sobre o poder e a violência são o mesmo
eixo. E sobre ele gira a obra de José Saramago”, lê-se no editorial escrito por
Pilar.
Sobre o enredo do livro, Pilar revela que um funcionário
de uma fábrica de armas “descobrirá, pela força das circunstâncias, que a sua
laboriosidade permite que uma engrenagem odiosa continue em movimento e a
marcar os mapas e as dominações”.
A 23 ª edição da Feira do Livro de
Braga será em novo local este ano, informou a InvestBraga. De acordo com as
pretensões e desejos de expositores e visitantes, a Feira do Livro vai decorrer no centro da cidade, mais
especificamente na Avenida Central, de 28 de junho a 13 de julho. A data da realização é outra novidade este ano.
“Pretende-se com a edição de 2014, criar uma maior
envolvência da cidade e dos visitantes, onde a designação «Festa do Livro» faça
mais sentido.”www.investbraga.com
O Dia Mundial do Livro é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril. Trata-se de uma data simbólica para a literatura, já que, segundo os vários calendários, neste dia desapareceram importantes escritores como Cervantes e Shakespeare.
A ideia da comemoração teve origem na Catalunha: a 23 de Abril, dia de São Jorge, uma rosa é oferecida a quem comprar um livro. Mais recentemente, a troca de uma rosa por um livro tornou-se uma tradição em vários países do mundo.
Um apelo à leitura e ao uso da imaginação marca a mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil, que se assinala hoje (02 de abril), e que é divulgada em forma de carta para as crianças de todo o mundo.
A mensagem é assinada pela escritora irlandesa Siobhán Parkinson e divulgada pelo Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY), para assinalar o Dia Internacional do Livro Infantil, a 02 de abril, coincidindo com o dia de aniversário do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen.
"Sem o escritor, a história nunca teria nascido, mas sem os milhares de leitores em todo o mundo, a história não viveria todas as vidas que pode viver", recorda Siobhán Parkinson.
A mensagem defende que "separadamente, mas também em conjunto, eles [os leitores] recriam a história do escritor com a sua própria imaginação: um ato ao mesmo tempo privado e público, individual e coletivo, íntimo e internacional".
"Isto deve ser aquilo que o ser humano faz melhor", resume.
Todos os anos, o IBBY convida um autor de um dos países membros para assinalar o Dia Internacional do Livro Infantil com uma mensagem que celebre a prazer da leitura e a importância da literatura para os mais novos.
"A imaginação do escritor trabalha e gira e molda ideias e sons e vozes e personagens e acontecimentos numa história, e a história é apenas feita de palavras, batalhões de rabiscos que marcham ao longo das páginas. E depois chega o leitor e os rabiscos ganham vida", escreveu Siobhán Parkinson.
Em Portugal, este a mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil é acompanhada de um cartaz com uma ilustração de Ana Biscaia, que venceu em 2013 o Prémio Nacional de Ilustração.
Luísa Morgado tem 17 anos e ganhou o prémio literário das Correntes d’Escritas para jovens. Jardins Vazios de Novembro foi o conto que lhe valeu mil euros, entregues pela Papelaria Locus, na Póvoa de Varzim.
"Trabalhei o Verão inteiro [num bar] e não
ganhei tanto”, conta ao Life&Style a aluna do 12.º da Escola
Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa. “Por isso, mil euros parece
imenso”, diz, desafiando os jovens como ela a contar histórias.
“Concorram, participem. Escrever um conto de duas páginas pode dar a
oportunidade de ganhar mil euros. É de tentar, não?”, sugere com
assertividade. E acrescenta: “Ganhei mil euros com as minhas palavras e
também uma viagem à Póvoa, com os meus pais e o meu irmão. Foi uma
festa.”
A ideia para o conto foi buscá-la por observação de uma
família do bairro onde vive e que a levou a questionar-se: “Pode uma
pessoa ficar doente mental assim do nada?” Concluiu que seria possível e
começou a imaginar motivos para alguém se desligar do mundo. “Como sei
que essa pessoa tem um filho, tentei imaginar-me na pele dele. Não sei
as causas reais do problema dela, mas construí o meu texto a partir
daí”, explica.
(…) “Cada baralho tem cinquenta e duas cartas.
Quatro naipes – espadas, copas, paus e ouros – com treze cartas, três
delas figuras”, explicava ele.
As cartas deslizavam entre
os dedos ossudos, em movimentos complexos que Fernando fazia parecer
mais simples do que eram. Procurava, constantemente, os olhos da sua
mãe, garantindo que ela o ouvia, e continuava a explicação sobre como
jogar às cartas.
Não procurava palavras. Já desistira das
palavras desde a juventude e aceitara o silêncio de Teresa. Rendera-se
ao silêncio vago, permanente – embora mantivesse a esperança de que
fosse temporário – e doloroso. (…)
Luísa Morgado soube do
concurso através do seu professor de Português, Luís Prista. “Ele motiva
muito os alunos. Só da minha escola, por causa dele, concorreram 56
alunos.” Mais de metade do total de participantes, 95.
“O prémio
existe há dez anos e foi uma proposta da própria Papelaria Locus, que
desde a primeira edição organiza a feira do livro que acompanha as
Correntes d’Escritas”, explica Manuela Ribeiro, da organização do
encontro literário anual da Póvoa de Varzim e jurada deste concurso.
O
valor do prémio, pago em dinheiro, é assegurado por aquele
estabelecimento comercial. “Começou por ser de 500 euros, mas aumentou
quando o prémio do Casino [para livros já publicados] passou de 15 mil
para 20 mil euros. Os responsáveis pela papelaria quiseram também dar um
maior estímulo aos leitores dos 15 aos 18 anos”, conta a funcionária do
gabinete de projectos culturais da câmara.
A origem geográfica
dos participantes vai variando, não se concentra na Póvoa, dispersa-se
por todo o país e por países falantes de português. “Houve um ano em que
o vencedor foi um jovem brasileiro. Nesta edição tivemos vários textos
vindos do Brasil (de várias regiões) e um de Cabo Verde.” Noutros anos,
Moçambique e Angola também estiveram representados. “Isto deve-se à
divulgação através do Instituto Camões”, lembra.
Ora contos, ora poemas
Não
há temas previamente estipulados para os textos concorrentes nem limite
de páginas. “É um concurso livre, livre, livre”, diz Manuela Ribeiro. A
única regra é a alternância entre contos e poemas. “Na próxima edição,
será premiada a poesia.”
A Casa Redonda é um romance brilhante, uma obra-prima da ficção
literária. Vencedor do National Book Award de 2012 e eleito um dos
melhores romances do ano por diversas publicações, este livro fala de
sentimentos poderosos e lança nova luz sobre a maneira como a maturidade
pode alterar a relação entre pais e filhos. Erdrich aborda o amor, o
ressentimento, a necessidade e as obrigações que unem as famílias. A
autora abarca neste livro o trágico, o cómico, um mundo espiritual bem
presente nas vidas das suas personagens tão humanas, e uma história
sobre um caso de injustiça que, infelizmente, é um reflexo do que
acontece hoje no nosso mundo.
A revista literária "Granta" vai lançar, a 1 de fevereiro, o
concurso internacional dos Melhores Escritores Jovens de Língua Portuguesa, que
decorre até 31 de julho. Os escritores selecionados sairão no quinto número da
"Granta", a publicar em maio de 2015.
Podem inscrever-se escritores com menos de 40 anos (à data
da publicação) de todos os países de língua oficial portuguesa (Portugal,
Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste). Os textos a concurso - conto ou excerto de romance - devem ter
entre 10 mil e 50 mil carateres e deverão permanecer inéditos até maio de 2015.
O júri, presidido pelo diretor da "Granta", é composto por cinco
elementos e os textos selecionados serão publicados na edição especial da
"Granta" intitulada "Os Melhores Jovens Escritores de Língua
Portuguesa".
Segundo Carlos Vaz Marques, "o único critério de
escolha do concurso é a qualidade literária. Este número especial vai sair em
maio de 2015 e estamos a tentar que saia, em simultâneo, também em Inglês, com
os textos dos autores escolhidos já traduzidos." O regulamento do concurso
está disponívelaqui
Publicada pelas Edições tinta-da-china, desde 2013, a
edição portuguesa é considerada o caso de maior êxito entre as edições
internacionais da "Granta". Com 1500 assinantes e quase 25 mil fãs no
Facebook, a tiragem da revista literária foi de 8 mil no primeiro número e 6
mil no segundo (mas poderá ter que ser reimpresso).
O diretor avança, ainda, ao JN, que "vamos fazer uma
nova campanha de assinaturas em abril, imediatamente antes do lançamento do
número 3, cujo tema será "Casa"".
A revista britânica 'Time Out Londres'
elegeu o livro infantil português 'Para onde vamos quando desaparecemos?', de
Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso, como uma das dez melhores obras para
crianças de 2013.
Publicado em 2011 pela editora Planeta Tangerina e traduzido em língua
inglesa pela Tata Publishing com o nome 'Where do we go when we disappear?', o
livro das autoras lusas é recomendado para pequenos leitores a partir dos cinco
anos e foi agora selecionado pela Time Out Londres como um dos melhores livros
para a infância deste ano.
Com mais perguntas do que respostas, o livro é descrito como indo ao
encontro da "curiosidade natural das crianças", abordando os temas da
ausência e da morte de uma forma discreta e subtil, com perguntas como para
onde vai o sol quando desaparece no horizonte, a água das poças da chuva, a
neve e "toda a gente quando a noite cai".
"Não trazendo respostas definitivas, abre as portas à imaginação e
torna toda o tema um pouco mais leve (mesmo que por breves instantes) ",
sustentam as autoras, na página oficial da editora.
Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso
são duas das fundadoras da editora Planeta Tangerina, especializada em livros
para crianças e jovens que podem ser lidos por todos e distinguida, em Abril,
como a melhor editora europeia de livros para a infância. Foi ainda candidata
ao prémio Astrid Lingdren Memorial 2014.
No passado sábado, dia 22 de junho,
realizou-se no Porto, o primeiro dos dois encontros do movimento “Não há feira,
mas há escritores”, um protesto em alternativa a não realização da feira do
livro na cidade invicta.
A iniciativa contou com a presença
de vários escritores e centenas de leitores, reunidos à volta dos livros
expostos em local emblemático, sob a sombra das esplanadas que enchem de vida a
Praça da Liberdade. Entre a aquisição de livros e autógrafos, houve discursos e
foram distribuídos e afixados cartazes com textos de protesto assinados por
vários autores.
O próximo encontro será no
próximo sábado (29 de junho), pelas 17 horas. Vários escritores já confiram
presença. Mais informações em queremos-a-feira.blogspot.pt.